1ª BIENAL DE DRAMATURGIA QORPO -SANTO AUTORA CARIOCA É A VENCEDORA Evento pioneiro no Brasil teve Seminário de encerramento em formato virtual com convidados do Brasil, Argentina, Grécia, Inglaterra e Noruega. Na cidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul, foi realizada a 1ª Bienal de Dramaturgia do Brasil. O evento foi dividido em fases, a primeira etapa realizou um Concurso Nacional de Dramaturgia, e a segunda etapa, com painéis, seminários, workshops que foi realizado entre 23 a 27 de novembro de 2020 em formato virtual. As atividades envolveram cerca de cinquenta convidados de diversos estados do Brasil e de outros países, como Argentina, Grécia, Inglaterra e Noruega. A 1 a . BIENAL DE DRAMATURGIA QORPO -SANTO tornou-se ponto de confluência de destacados dramaturgos, artistas, pesquisadores e estudantes de distintos contextos de produção dramatúrgicas do Brasil. Os temas envolveram: a dramaturgia do homem negro brasileiro, a dramaturgia das máquinas, encontros e bifurcações entre dramaturgia e performance, a dramaturgia de Qorpo-Santo, a dramaturgia de Nelson Rodrigues, a dramaturgia das mulheres negras e brasileiras, a dramaturgia de Brecht, a dramaturgia contemporânea no Brasil, o público-autor, dramaturgia sonora, a dramaturgia na perspectiva de um curador de artes cênicas, dramaturgos, contemporâneos e brasileiros, os dramaturgos e a dramaturgia do Rio Grande do Sul, o panorama temático da dramaturgia brasileira nas últimas décadas, a errática escrita da criação teatral, a dramaturgia feminina do Rio Grande do Sul, entre outros temas. Autoridades, artistas e jornalistas estiveram presentes na abertura e no encerramento do evento, a Sra. Secretária de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul a Sra. Beatriz Araújo, a Diretora de Artes e Economia Criativa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul a Sra. Ana Fagundes, o Gerente de Relações Institucionais da Braskem o Sr. Daniel Flaicer, o Prefeito de Triunfo o Sr. Murilo Machado, a Secretária de Cultura de Triunfo a Sra. Ivete Stasczak, a Coordenadora do Conselho Gestor da Fundação Cultural Qorpo-Santo a Sra. Odila L. Rubin de Vasconcelos e a trineta de Qorpo-Santo Adi Lopes. A Bienal foi ousada e transcendeu o caráter de um projeto local, recebendo o reconhecimento em todo o país, pois se tornou um acontecimento no mapa da dramaturgia nacional. É nesse contexto que a 1 a . BIENAL DE DRAMATURGIA QORPO -SANTO assumiu um papel de relevância na construção de pontes e redes de contatos da produção dramatúrgica gaúcha com a produção nacional. ?A Bienal têm uma importância significativa como instância geradora e catalisadora dos mais diversos processos relativos à produção, difusão, formação e fruição da dramaturgia brasileira. Os múltiplos processos e ações desenvolvidas pela Bienal podem potencializar a integração da dramaturgia gaúcha no próprio território local e na cartografia da dramaturgia contemporânea nacional.? destaca Alexandre Vargas, idealizador da Bienal. A Bienal além de estimular a produção da escrita dramática de novos autores, trabalhou para dar visibilidade ao dramaturgo José Joaquim de Campos Leão, o Qorpo-Santo*, a cidade de Triunfo, berço de Qorpo-Santo e da Fundação Cultural Qorpo-Santo. Potencializar e valorizar a comunidade local, o projeto agrega valor à comunidade de Triunfo dando visibilidade nacional à cidade e a obra de seu grande escritor e dramaturgo foi a principal finalidade. A compreensão sensível e responsável da BRASKEM S.A., a maior patrocinadora de artes cênicas no estado, permitiu a realização desse projeto estratégico para o Rio Grande do Sul. A 1 a . Bienal de Dramaturgia Qorpo-Santo é financiada por meio da Lei de Incentivo a Cultura, LIC do governo do estado e tem como parceira a Fundação Cultural Qorpo-Santo. A ganhadora do concurso nacional de dramaturgia Qorpo-Santo foi Luiza Prado**, autora, roteirista, diretora e performer carioca, radicada em São Paulo, com a obra Ritual de separação. A autora concorreu com mais de cento e dez textos de todo o Brasil, além de ter o texto publicado, ganhará um prêmio de R$ 10.000,00 (dez mil reais). "Para nós da Fundação Cultural Qorpo-Santo, a realização desta 1ª Bienal foi uma experiência muito desafiadora e enriquecedora. Foto: Elenice Zaltron. Saber que mais de uma centena de trabalhos foram inscritos nos dá certeza de que são muitos os dramaturgos no país que estudam e trabalham a obra literária de QS. O financiamento da Braskem através da LIC do Governo do Estado e o apoio do município de Triunfo nos dão inspiração e responsabilidade de avançar e buscar novos projetos para engrandecer ainda mais nossa cidade e nosso patrono, relata Odila Vasconcelos. A originalidade da proposta está no conceito de ?Bienal de Dramaturgia?, única no país, e na importância simbólica que está relacionada a preservar a memória do nosso maior expoente da dramaturgia do Rio Grande do Sul, Qorpo-Santo, bem como na promoção da obra do autor. A democratização de acesso as atividades é plena e a intencionalidade é que a programação da Bienal gere um público e forme uma platéia especializada em relação a produção da escrita teatral. Em sua perspectiva curatorial, a Bienal amálgama quatro pontos fundamentais para a potencialização da dramaturgia contemporânea: capacitação, fomento, reflexão e conexão. A multiplicidade de poéticas, a inclusão de jovens artistas. O projeto artístico-pedagógico, com a participação de artistas docentes brasileiros, o concurso nacional de dramaturgia, as palestras, os seminário, o masterclasses, os workshops e o lançamento da publicação do ganhador do Concurso Nacional de Dramaturgia Qorpo-Santo, compôs a programação que contou igualmente com a presença da produção local, desde os mais experientes até jovens que começam a lançar seus trabalhos autorais. ?A natureza dupla das atividades, dos bens e dos serviços culturais, apresentam tanto uma dimensão econômica quanto uma dimensão cultural ? gerando empregos e renda, fomentando a inovação e o crescimento econômico sustentável e, ao mesmo tempo, transmitindo identidades e valores, que promovem a inclusão social e o senso de pertencimento?, menciona Alexandre Vargas, idealizador e criador da Bienal, diretor de teatro, artista que têm se destacado por projetos diferenciados em cultura no Brasil, como o INTERCENA ? Programa de Internacionalização das Artes Cênicas do Sul do Brasil, o Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre e o Sistema de Indicadores dos Festivais de Teatro do Brasil. * José Joaquim Campos Leão, escritor, professor e vereador que nasceu em 19 de abril de 1829, em Triunfo, teve uma vida privada da presença do pai desde os 9 anos, assumindo a condição de provedor desde cedo junto a sua mãe. Casado com Inácia, teve 3 filhas e 1 filho. Aos 34 anos, no entanto alterações no comportamento levaram-no a ser acusado na justiça de alienação. Enviado ao centro do país para exames, foi considerado apenas um homem com uma "exaltação cerebral", que o tornava um escritor compulsivo. Campos Leão passou a acreditar que estava imbuído de uma missão divina, o que o convenceu a escolher o apelido de Qorpo-Santo e resolveu adotar uma reforma ortográfica própria, eliminando letras consideradas inúteis (ph, y, w e c cedilhado) e trocas (o q no lugar do x, como em seqso). Os indícios de loucura, provocaram-lhe uma atividade fulminante a ponto de produzir 17 peças. Em 1866, em apenas seis meses, escreveu a sua dramaturgia. Sendo que essa obra foi publicada apenas em 1877, quando ele próprio fundou uma tipografia e publicou a Ensiqlopéida, uma obra em nove volumes. Sobre a Ganhadora do Concurso: ** Luiza Prado é autora, roteirista, diretora e performer. É formada em jornalismo pela Puc-Rio, com extensão em Cinema pela NYFA e Guión Cinematográfico pela EICTV. Atualmente pós-gradua em História da Arte pela Belas Artes. ?Tudo o que há Flora? (2016-2019), sua primeira peça, ganhou melhor texto pelo 6o Prêmio Botequim Cultural. ?O rio de paixão", seu primeiro filme, foi vencedor do concurso de curtas ?O rio que eu vejo? (2013). ?Fôlego febril", seu último curta- metragem, foi contemplado no Edital Itaú Cultural e premiado na categoria melhor direção pelo 3o Festival de Mulheres no Cinema (2020). Publicou os livros ?Ella, estrangeira de si? (2019), pela Editora Patuá, e ?Doce-amargas prosas poéticas erráticas" (2017), pela Editora Oito e Meio. Foi artista convidada do EEInsônia, encontro de artistas independentes, com a performance Isto não é uma farsa // Yes, nós temos laranjas, além de curadora de videoartes - ambos dentro da Artrio online (2020). No momento, integra o núcleo de cinema do MIS na função direção, assina o texto e direção da peça ?Ella, estrangeira de si? (2019-2020) e ministra três turmas do laboratório "Investigações criativas em tempos suspensos" (2020). INFORMAÇÃO: 1 a . Bienal de Dramaturgia Qorpo-Santo bienalqorposanto.org alexandrevargasft@gmail.com